sexta-feira, 23 de março de 2012

Denúncias de racismo crescem 38% no primeiro trimestre

O número de denúncias de racismo no Estado de São Paulo cresceu cerca de 38% na comparação entre a média do ano passado e o primeiro trimestre de 2012, de acordo com um balanço divulgado, na tarde de anteontem, pela Coordenação de Políticas para a População Negra Indígena da Secretaria Estadual de Justiça e Defesa da Cidadania. Segundo os dados, que foram apresentados exatamente, um ano após a implantação do programa ‘São Paulo contra o racismo’, enquanto de março até 31 de dezembro de 2011 foram feitas 90 denúncias desse crime no Estado, do dia 1º de janeiro até 20 de março de 2012 o número já chegou a 34 denúncias. De acordo com a projeção da coordenação, se seguir assim, este ano terminará com 155 registros de racismo. Apesar do aumento, para o coordenador de Políticas para a População Negra Indígena, Antonio Carlos Arruda, o número não representa que o racismo tenha aumentado ou diminuído em São Paulo. De acordo com o especialista, que milita há quase 40 anos na causa, o número se deve à criação de mais canais de denúncia, que em todo o Estado, incluindo pontos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Procon e telecentros, chegam a dois mil locais de captação. “Apesar do aumento, acredito que o número se deva ao maior acesso que a população tem aos mecanismos de denúncia. O trabalho da imprensa também amadureceu muito, assim como a legislação”, explicou Arruda, lembrando a Lei 14.187, que prevê, por exemplo, punições administrativas em casos que ocorrem dentro de estabelecimentos, multando o comércio, além das previsões criminais. País tem forma diferente de racismo Para o coordenador de Políticas para a População Negra Indígena, Antonio Carlos Arruda, o principal problema no racismo do País está na peculiaridade dele em relação a outros países do mundo, como Estados Unidos, África do Sul e Inglaterra. Segundo Arruda, enquanto nestes países o racismo se dá, simplesmente, pela raça, com uma divisão clara, em que uma etnia ou grupo não gosta do outro, por vezes segregando-se, no Brasil a situação é diferente. “Aqui criou-se um mecanismo em que o negro tem seu lugar. Nos Estados Unidos, um negro é médico, advogado, tem carros luxuosos e ele não é discriminado por isso. No Brasil, se um negro entra em um estabelecimento mais rico já é perseguido pelo segurança, que, por vezes, também é negro”, explicou.Fonte Metro News

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