quinta-feira, 7 de julho de 2011

IBGE: preço de serviços pressiona inflação no semestre AE

O aumento de preços dos serviços tem pressionado a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), afirmou hoje o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nos seis primeiros meses de 2011, a contribuição do setor foi de 1,28 ponto porcentual na variação de 3,87% do índice cheio. Em igual intervalo do ano passado, esse impacto foi de 1,06 ponto porcentual.

"Os serviços no primeiro semestre do ano passado puxaram a inflação também, mas, este ano, puxaram mais ainda, correspondendo a 33% dos 3,87% da inflação acumulada no primeiro semestre (de 2011)", disse Eulina Nunes dos santos, coordenadora de Índices de Preços do IBGE.

Entre os destaques estão os aumentos de preços de hotéis, estacionamento, clube, manicure, cabeleireiro, aluguel, condomínio, colégios e conserto de automóvel. A principal razão para a pressão no setor de serviços é a renda forte no País. Segundo Eulina, vários serviços importantes no orçamento das famílias vêm apresentando altas aceleradas, em particular os serviços de empregado doméstico.

"Não só diante da vinculação com o salário mínimo, que vem aumentando no geral acima da média da inflação no País, como também pela própria demanda. Com a renda mais alta e com a opção de emprego em outros setores, tem ficado mais escasso obter o serviço de empregado doméstico e os preços se elevam", explicou a coordenadora do IBGE.

Outro motivo para o aumento de preços seria a fidelidade do cliente a determinados serviços. De acordo com a pesquisadora, é mais difícil controlar esse aumento de preços. "São serviços em que muitas das pessoas são fiéis, por exemplo, ao seu cabeleireiro, à sua manicure, e com isso aquele profissional que detém aquela qualidade de serviço tem mais chance de aumentar seu preço. Então aí você tem uma inflação de serviços caracterizada", acrescentou Eulina.

Regiões

Embora tenha registrado desaceleração, a inflação medida pelo IPCA teve sua maior variação em junho no Recife, com alta de 0,35%, segundo o IBGE. A região metropolitana da capital pernambucana apresentou a maior taxa para o grupo alimentação e bebidas (0,22%), puxada pelos alimentos consumidos fora do domicílio (1,50%).

Já Curitiba teve o menor resultado, de recuo de 0,15%, influenciado, sobretudo, pela queda dos combustíveis, que foi de 5,99% e causou um impacto negativo de 0,44 ponto porcentual no índice da região. Goiânia também registrou deflação, de 0,08% em junho.

A inflação ficou estável em Salvador e desacelerou em Belo Horizonte (0,70%), Belém (0,24%), Fortaleza (0,22%), São Paulo (0,21%), Porto Alegre (0,14%) e Rio de Janeiro (0,12%). A região metropolitana de Brasília foi a única a registrar aceleração da alta de preços no âmbito do IPCA, passando de 0,02% em maio para 0,21% em junho.

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