segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Banco Central baixa para 0,7% previsão de alta do PIB neste ano Se confirmada, será a menor expansão da economia desde 2009. Até setembro de 2016, inflação não deve ficar abaixo de 5%, estima BC.

Banco Central baixou nesta segunda-feira (29), por meio do relatório de inflação do terceiro trimestre deste ano, sua previsão para o crescimento da economia brasileira em 2014 de 1,6% para 0,7%. Se confirmado, será o pior desempenho desde 2009, quando houve retração de 0,33%. Essa foi a segunda revisão para baixo da expectativa de expansão da economia em 2014. No início do ano, a autoridade monetária previa uma alta de 2% para o PIB. saiba mais Mercado reduz previsão de crescimento do PIB para 0,29% Governo baixa para 0,9% previsão de alta do PIB, pior resultado em 5 anos O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, e serve para medir a evolução da economia. Em 2013, a economia cresceu 2,5%. "A trajetória do PIB na primeira metade de 2014 sugere menor crescimento da economia este ano em relação ao observado em 2013. Para o segundo semestre, as perspectivas indicam atividade em expansão", informou o BC. A previsão do BC está acima da estimativa feita pelo governo federal na semana passada, de uma alta de 0,9% para o PIB deste ano, mas está bem acima da expectativa do mercado financeiro - que prevê um crescimento de apenas 0,29% para este ano. Inflação A autoridade monetária baixou um pouco, no relatório de inflação divulgado hoje, sua estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país. Para 2014, a previsão do BC para o IPCA recuou de 6,4%, em junho, para 6,3% nos cenários de referência (juros e câmbio fixos) e de mercado (com a estimativa dos bancos para juros e câmbio). Para o ano que vem, estretanto, a expectativa da autoridade monetária para o IPCA subiu em ambos os cenários. No cenário de referência, passou de 5,7% para 5,8% e, no de mercado, avançou de 6% para 6,1%. O Banco Central informou ainda que sua estimativa de inflação para os doze meses até setembro de 2016 está em 5% no cenário de referência e em 5,2% no cenário de mercado. Deste modo, até setembro de 2016, a autoridade monetária informou que não prevê inflação abaixo de 5% (em doze meses). Preços ao consumidor O BC informou, por meio do relatório de inflação, que a "evolução favorável" dos preços ao consumidor no trimestre encerrado em agosto refletiu o "arrefecimento da variação dos preços livres, em particular, a deflação nos grupos alimentação e transportes". "Prospectivamente, a deflação recentemente observada dos preços no atacado e os efeitos defasados das ações de política monetária [alta de juros implementada entre abril de 2013 e maio deste ano], entre outros aspectos, sugerem contenção das pressões altistas de preços ao consumidor nos próximos meses", informou o BC no relatório de inflação. Sistema de metas Pelo sistema de metas que vigora no Brasil, o BC tem de calibrar os juros para atingir as metas pré-estabelecidas, tendo por base o IPCA. Para 2014 e 2015, a meta central de inflação é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Desse modo, o IPCA pode ficar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida. Deste modo, as estimativas do BC divulgadas nesta quinta-feira mostram o IPCA longe da meta central de 4,5% estabelecida para 2014 e 2015, embora ainda esteja dentro do intervalo de tolerância existente, começando a cair mais fortemente, em direção ao centro da meta, somente em 2016. O teto do sistema de metas de inflação brasileiro é um dos mais altos do mundo. Em doze meses até agosto, o IPCA somou 6,51%. Inflação elevada e BC vigilante O Banco Central avaliou que, apesar de a inflação ainda se encontrar "elevada", pressões inflacionárias atualmente presentes na economia – como aquelas decorrentes de ganhos salariais incompatíveis com ganhos de produtividade e dos processos de realinhamento dos preços domésticos em relação aos internacionais e dos preços administrados em relação aos livres – tendem a arrefecer ou, até mesmo, a se esgotar ao longo do horizonte relevante para a política monetária (até setembro de 2016). "Em prazos mais curtos, some-se a isso o deslocamento do hiato do produto para o campo desinflacionário. Nesse contexto, o Comitê reafirma sua visão de que, mantidas as condições monetárias – isto é, levando em conta estratégia que não contempla redução do instrumento de política monetária –, a inflação tende a entrar em trajetória de convergência para a meta nos trimestres finais do horizonte de projeção", acrescentou a autoridade monetária. O Banco Central destacou ainda que, em momentos como o atual, a política monetária [definição dos juros para controlar a inflação] deve se manter "vigilante", de modo a minimizar riscos de que níveis elevados de inflação, como o observado nos últimos doze meses, persistam no horizonte relevante para a política monetária. Os juros básicos da economia estão atualmente em 11% ao ano. Fonte: G1

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