terça-feira, 26 de abril de 2011

Aterro sanitário explode, fecha via e atinge córrego

Mais de 150 mil toneladas de lixo deslizaram no final da manhã de ontem em decorrência de uma explosão que fez desmoronar a principal montanha de lixo do aterro da Empreiteira Pajoan, em Itaquaquecetuba. O aterro sanitário recebia cerca de 1,3 mil tonelada de resíduos por dia e funcionava por conta de uma licença precária concedida no início desse ano pela Secretaria do Estado de Meio Ambiente.

As causas do acidente que fez os moradores da área recordarem a explosão ocorrida no mesmo local em 1998 serão investigadas pela Polícia Civil e pelo órgão estadual.

Se os motivos do deslizamento que conferiu a parte de Itaquá o cenário de terra devastada semelhante ao que se viu na região de Fukushima, no Japão atingida esse ano por um terremoto seguido de tsunami, ainda são desconhecidos, as consequências da tragédia mais que anunciada foram desastrosas.

Vítimas
Até o início da noite de ontem não se descartava a possibilidade de o deslizamento ter provocado vítimas fatais. Pelo menos duas motos e um carro teriam sido soterrados pelo monte de lixo que tomou conta de pelo menos 400 metros da estrada do Ribeiro que permanecerá interditada por tempo indeterminado.

Os danos ambientais também foram enormes. A explosão aconteceu por volta das 11 horas. As 13h30 a reportagem do Grupo Mogi News conseguiu cruzar toda a área afetada e flagrou rios de chorume (liquido produzido pelo lixo acumulado) correrem livremente para o córrego Taboãozinho que segue para o rio Parateí que por sua vez deságua no rio Paraíba do Sul. Os técnicos da Companhia de Saneamento Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) fizeram medições para verificar a contaminação por chorume nas águas do córrego Taboãozinho.

Um cheiro insuportável tomou conta de toda a região afetada. O odor, segundo agentes de saúde acionados para o local, poderá causar problemas respiratórios nos moradores de vários bairros que ficaram parcial ou totalmente isolados por causa do fechamento da via.
Os resíduos que desceram montanha abaixo atingiram postes e danificou a fiação da EDP Bandeirante que em nota oficial informou sobre os estragos e as providências tomadas para restabelecer o fornecimento.

A Cetesb proibiu (desde ontem) a utilização do aterro pelas empresas coletoras e prefeituras da região. O aterro dos irmãos José e Carlos Cardoso que não quiseram se manifestar ficará fechado tempo indeterminado por causa da explosão. (leia mais nessa edição).

Homicídio
Ao menos 50 técnicos do Corpo de Bombeiros, da Defesa Civil e das policias Militar e Civil seguiram para a área devastada. A prioridade era remover a montanha de lixo na estrada e localizar possíveis vítimas. O delegado ambiental de Mogi, Plínio Tadeu Gibran, verificou in loco o despejo de chorume no córrego e disse que os donos do aterro poderão ser processados: "Vamos abrir um inquérito para investigar as causas desse deslizamento. No caso de se confirmar a existência de vítimas fatais, os responsáveis serão denunciados por homicídio", garantiu. fonte:Marcello Barbosa e Diário do Alto Tietê

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