sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Coletor de lixo preso há dois meses é inocentado de sequestro: 'É um alívio' Morador de Praia Grande, SP, era suspeito de participação no crime. Empresário de Itaquaquecetuba reconheceu erro e o inocentou.

O coletor de lixo Leandro Alex dos Santos, de 36 anos, que mora em Praia Grande, no litoral de São Paulo, foi considerado inocente de uma acusação de sequestro em Itaquaquecetuba, no interior paulista. O homem, que está preso desde o dia 18 de setembro deste ano, deve deixar a cadeia no bairro Pinheiros, na Capital, nesta sexta-feira (14). A família de Leandro conseguiu reunir documentos que comprovaram que ele não participou do sequestro de um empresário, que ficou 24 dias sob o poder de criminosos, em outubro de 2012. Em um primeiro momento, a vítima havia reconhecido Leandro como o responsável pelo crime. O sequestrador tinha um ideograma japonês desenhado no braço, e do cotovelo para baixo, uma tatuagem que terminava no punho, completando o desenho na mão esquerda. O empresário se confundiu, e como o coletor havia sido investigado por outro crime, do qual também fora inocentado, seu nome e características físicas constavam nos arquivos da polícia. A partir dessa foto, a vítima afirmou que Leandro seria um dos criminosos envolvidos na ação. Tatuagem foi confundida por empresário como sendo do sequestrador (Foto: Camila Cataldi/Arquivo Pessoal)Tatuagem foi confundida pelo empresário sequestrado (Foto: Camila Cataldi/Arquivo Pessoal) No entanto, dias depois, o homem voltou atrás e, após fazer o reconhecimento visual, admitiu que houve um equívoco e que o coletor de lixo não era culpado pelo sequestro. “Estamos felizes e na expectativa para que ele saia logo. O delegado já fez todos os trâmites para que o alvará seja expedido e só falta o juiz assinar a liberação. Felizmente, a vítima reconheceu o erro que cometeu. Viu que não tinha sido ele. O delegado mesmo nos falou que ajudou, porque não era para ele estar preso. Agora, nós estamos contando os segundos para a volta dele para casa”, conta a ajudante de cozinha Andreia dos Santos Romualdo, de 39 anos, irmã de Leandro. Andreia relembra os momentos de agonia vividos pela família, desde quando ficaram sabendo da notícia da prisão. “Uma vizinha ligou para a minha cunhada, esposa dele, contando que tinham capturado o Leandro. No sábado passado (8), quando fizemos a primeira visita, ele nos contou como foi. Disseram que tinham um papel para a minha cunhada assinar, mas quando ele abriu o portão, falaram que era ele mesmo que queriam pegar. Só nós sabemos a dor que a família passou. Foi puro desespero. A repercussão foi grande nas redes sociais, mas nós estávamos quase surtando. Eu estava à base de calmante, a minha cunhada também. Todos nós estávamos muito nervosos, porque a vítima não aparecia para reparar o erro”, diz Andreia. Com o fim da espera próximo, a família já prepara uma festa para receber Leandro, que é pai de Giovana, de 14 anos, e Manuela, de cinco. “É motivo de festa. Já preparei quase tudo e o bolo está pronto. Também contratamos um carro de telemensagens e estamos esperando o advogado ligar de São Paulo, nos avisando que ele está vindo. Agora, nós estamos vivendo outro tipo de expectativa, porque estamos alegres, é um alívio”, afirma a irmã. Para Andreia, o importante é que o seu irmão poderá continuar a sua vida, apesar de todo o drama vivido nos últimos meses. “Foi impressionante tudo o que aconteceu mas, felizmente, esse erro foi revisto e o meu irmão vai poder voltar para a vida dele. Nós tínhamos medo de que o Leandro sofresse uma condenação por algo que não fez”, conclui.

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