segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Alto Tietê deve ficar em alerta para chikunguya e dengue, diz veterinário Ele destaca que transmissores da chikunguya circulam na região. Maior incidência da doença é no estado da Bahia

Mogi das Cruzes e o Alto Tietê podem vir a registrar casos da febre chikungunya. O alerta é do médico veterinário Jéfferson Renan de Araújo Leite do Núcleo de Controle e Prevenção à Dengue da Prefeitura de Mogi das Cruzes. "Nós temos condições para o registro da febre chikunguya sim, já que nós temos os dois mosquitos circulando na região", afirma. Apesar da maior incidência da doença ser no estado da Bahia, São Paulo já registrou 23 casos, de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde. Jéfferson explica que, antes mesmo da incidência do mosquito Aedes aegypti, a região já abrigava a espécie Aedes albopictus, outro mosquito transmissor da chikunguya que, diferentemente do Aedes aegypti, vive em áreas mais abertas. "Antes do Aedes aegypti, já se encontra em abundância o Aedes albopictus. Mas é só a fêmea que transmite a doença: elas precisam do sangue para amadurecer os óvulos. " A doença causa fortes dores de cabeça, prostração, diarreia, vômitos, febre alta e dor nas articulações, principalmente nos pés e nas mãos. Apesar dos sintomas semelhantes aos da dengue, pessoas diagnosticadas com febre podem demorar meses para se recuperar, sendo preciso, em casos mais graves, até mesmo sessões de fisioterapia para a reabilitação. Para evitar uma possível epidemia da doença na região, equipes da Vigilância Epidemiológica de Mogi das Cruzes participam de congressos para aprenderem a identificar e diagnosticar o mais rápido possível o paciente e isolar a área para que os mosquitos não continuem transmitindo a doença para outras pessoas. "Os trabalhos são os mesmos de controle da dengue: eliminação dos criadores e do transmissor. Quando chega uma notificação de dengue trabalhamos ao redor da casa do paciente para isolar e eliminar os focos", cita Jéfferson. De acordo com as prefeituras de Mogi das Cruzes, Suzano, Arujá, Itaquaquecetuba, Santa Isabel e Ferraz de Vasconcelos não houve nenhuma noticação de suspeitas da febre chikunguya. Porém, os casos de dengue aumentaram em larga escala entre 2013 e 2014. Em toda a região do Alto Tietê, os casos da doença já somam mais de 630 registros, sendo que no ano passado, o número não ultrapassou a marca de 150 registros. Se no verão era mais comum o aumento dos casos por conta da água parada proveniente das chuvas típicas da estação, Jéfferson atribui o aumento dos registros ainda mesmo no período de estiagem, por conta do armazenamento de água pela população com receio da falta de abastecimento. "O aumento de casos é por conta do aumento da população de mosquitos na cidade. Mesmo com a seca, o que tem facilitado a incidência da doença é que muitas pessoas têm armazenado água em casa de forma irregular, e isso acaba se tornando um criadouro. A gente orienta que o armazenamento da água seja em recipientes bem vedados", explica. Semana Estadual de Mobilização contra a Dengue Como forma de prevenção, as cidades do Alto Tietê participam da Semana Estadual de Mobilização contra a Dengue, que começou no dia 17 e segue até o dia 28 de novembro. A ação pretende intensificar as ações para combater a procriação do mosquito transmissor da dengue. Em Mogi das Cruzes as equipes percorrerão 179 escolas e 56 unidades de saúde, hospitais e outras instituições para vistoriar e informar como pode ser feita a prevenção. Desde o início do ano, a cidade já registrou 90 casos de dengue, sendo 50 autóctones e 40 importados ou indeterminados. Em 2013, o número total de registros foi de 27 casos. Em Suzano a campanha vai até o dia 26. Entre as ações que serão desenvolvidas, agentes irão fazer o monitoramento de pontos especiais, além de planfletagem e conscientização da população. Nesta segunda-feira (24) e terça-feira (25) a Vigilância Sanitária irá intensificar o monitoramento em pontos estratégicos e imóveis especiais nos limites do município. No período da tarde de terça-feira, haverá apresentação teatral nas escolas municipais. A Associação de Corretores de Imóveis e Suzano (Acoris) e os cooperados do ramo da reciclagem também receberão orientações específicas ao longo da próxima semana. Desde o início do ano, a cidade contabiliza 50 ocorrências de dengue, sendo que no ano passado, o número total de casos foi apenas 18. Santa Isabel também registrou o aumento do número de casos desenvolvidos dentro dos limites do município. No ano passado, os três registros de dengue foram importados. Já em 2014, são 32 casos e apenas um importado. Assim como Santa Isabel, Ferraz de Vasconcelos registrou três casos importados da doença em 2013. Neste ano, já são 56 casos, destes, 39 foram contraídos dentro da cidade. De acordo com Prefeitura, a Vigilância Epidemiológica têm intensificado as visitas de "casa a casa" para orientar a população, principalmente nos bairros que fazem divisa com outras cidades. Na malha central, na Avenida Brasil, acontece o "Pedágio contra a Dengue". Uma equipe da Vigilância Sanitária faz a distribuição de folhetos aos motoristas e, nas imediações, a população pode conferir em uma maquete como podem se prevenir. Itaquaquecetuba já registra 42 casos a mais, em 2014 em relação ao ano passado. Em 2013 foram 69 casos, sendo 46 contraídos na cidade e 23 importados. Neste ano, o número já soma 111 ocorrências, destas 102 pessoas contraíram a doença na cidade e nove casos são importados. Em Arujá, a diferença passa a marca de 130 casos. Em 2013 foram 15 casos, sendo que apenas dois foram contraídos na cidade e o restante foram importados. Neste ano a situação inverteu: dos 149 casos já registrados, a grande maioria, 107, são autóctones, ou seja, foram contraídos na cidade, e apenas cinco casos são importados. As prefeituras de Poá, Biritiba-Mirim, Salesópolis e Guararema não enviaram os registros de casos de dengue. Fonte:G1 Mogi das Cruzes e Suzano

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